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Meu marido, ou meu Baal?

 Naquele dia, diz o Senhor, me chamarás: Meu Marido, não me chamarás mais: Meu Baal (Oséias 2:16)

O livro de Oséias é talvez um dos mais tocantes da Bíblia, porque ele fala profundamente sobre o relacionamento de Deus com o seu povo, antes os judeus, agora todos nós que fomos enxertados na oliveira (Romanos 11:24).
Por ele, somos levados a conhecer até onde pode ir a misericórdia, o perdão e o grande amor do Senhor, sempre insistindo em nos resgatar de nossos pecados, e nos abençoar.
Mas ele também mostra a tristeza de Deus, ao se identificar com um marido muitas vezes traído pela esposa, que não valoriza o seu amor e não honra sua aliança. Será que não encontramos situação como esta na Igreja de Cristo em nossos dias?
Até onde somos realmente comprometidos com o Senhor neste tempo?
Analisemos então, o versículo em destaque.
Marido é alguém com quem se tem uma aliança, um compromisso de fidelidade, de cumplicidade. É aquele com quem você, supostamente, estará se unindo por amor, para construir uma vida em comum.
É assim que Deus gostaria de se relacionar com o Seu povo. Por isso a igreja é chamada de Noiva, ou desposada.
Baal é o “Senhor das Moscas” ou o “Senhor da imundície”, o falso  Deus, o Rei dos ídolos.
Esse é alguém com quem não se tem exatamente um compromisso. Quando você precisa vai a ele, leva oferenda, faz promessas, presta culto, realiza cerimônias.
Baal é o “Deus” a quem você serve por interesse, por conveniência, ou por medo; nunca por amor. O culto a ele é totalmente exterior, carnal e religioso.
E é dessa forma que alguns crentes se chegam a Deus; como se Ele fosse Baal!!!
Não procuram conhecê-lo, ter verdadeira intimidade com Ele. Buscam Seu favor, Suas bênçãos, mas na verdade querem “ficar no átrio”, oferecendo sacrifícios, sem nunca arriscar entrar no Santo dos Santos, na presença de Deus.
São crentes que conhecem e proclamam a Palavra, mas se recusam a praticá-la. Querem agradar a Deus através dos serviços prestados e não da obediência.
São filhos ingratos ou rebeldes, alguns até bem arrogantes, que dizem “afasta-te de mim pois sou mais santo do que tu”, como está escrito em Isaías 65:5.
São profanos e querem servir a Deus como serviam antes aos orixás, aos santos católicos ou outras entidades. Buscando vitória, prosperidade e proteção, mas vivendo segundo seus próprios padrões, sem transformação alguma.
Buscam, na verdade, um Deus que lhes dê cobertura, enquanto fazem sua própria vontade.
É certo que alguns fazem isso por ignorância, ou porque receberam de seus pais essa forma de culto. É o caso dos nascidos em lares evangélicos profundamente religiosos ou dos que vieram da idolatria, impregnados de dogmas católicos, por exemplo.
Esses, aprenderam a ver Deus daquele jeito e não se abrem para ouvir a voz do Espírito, quando ele diz “faço novas todas as coisas” (Apocalipse 21:5).
Existem até casos de jovens que se afastaram do Caminho por se julgarem incapazes de seguir a rígida doutrina imposta por determinadas igrejas, e que se recusam a procurar Jesus fora deste ambiente, como se só aquela forma de culto pudesse levar à salvação.
O compromisso tem de ser real, e baseado naquilo que Deus é, não no que Ele pode dar.
O “amar a Deus acima de todas as coisas” (Lucas 10:27) nunca será possível se não o conhecermos verdadeiramente. Afinal, como podemos amar aquilo que não compreendemos?
E se O conhecemos, ao menos um pouco, faremos de tudo para agradá-Lo, jamais ousaremos tratá-lo com leviandade. Como se o Criador de todas as coisas fosse um deus qualquer.

Uma aliança, este é o segredo.

Havia um povo, chamado samaritanos. Eles conheceram a Deus e quiseram servi-lo. Mas a Bíblia nos conta, em II Reis 17, que eles não abandonaram os seus antigos costumes. Temiam a Deus, mas continuaram servindo aos seus ídolos. Eles não foram fiéis à Aliança com o Deus de Israel. E essa falta de  compromisso, foi exatamente o ponto a ser tratado por Deus, ao enviar Jesus novamente àquele povo.
Observe o que disse Jesus à mulher samaritana:
“Vai  e chama teu marido, e vem cá.” (João 4:16)
A  mulher, teve de admitir que não tinha compromisso firme com ninguém.
“A mulher respondeu e disse: Não tenho marido.
Então Jesus lhe disse: “Tens razão em dizer que não tens marido, pois já tivesses cinco maridos e o que agora tens não é teu marido. Isso disseste com verdade.” (João 4:17,18)
O vazio da mulher samaritana era o vazio de seu povo. A falta de um relacionamento seguro e confiável era realmente um problema a ser tratado.
Esse povo havia se perdido quando resolveu servir a Deus apenas superficialmente, quando  fez do Todo Poderoso apenas mais um de seus deuses.
A proposta que Jesus faz à samaritana é extensiva a todos nós. Ele propõe uma Aliança, uma nova aliança baseada no amor e na verdade, um compromisso eterno.
E Ele mesmo explica a nossa parte na Aliança, “fazer a vontade do Pai” (ver. 34), e a forma como Deus quer ser cultuado: “Deus é espírito e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade” (ver. 24)
É por aí que você criará intimidade. Esse é o caminho para ouvir a voz do Marido, ou do Noivo, e nunca mais correr atrás dos “estranhos”.

“Ouve, ó Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor.” Deuteronômio 6:4

Comentários

  1. Sempre li esse texto q de alguma forma me chama atenção mas nunca consegui entendimento muito bom

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