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Jesus, o Alfa e o Ômega



Assim que me converti ganhei uma bíblia e alguém me disse “A partir de agora o véu se rasgou pra você, e este livro passará a fazer sentido. O Espírito Santo te ensinará todas as coisas.”
Foi o conselho mais sábio que recebi e eu acreditei inocentemente. E de todo o coração me dispus a decifrá-lo. A Palavra passou a ser meu alimento, uma necessidade vital e eu não a largava dia e noite, aprendendo, aprendendo, aprendendo. É claro que não entendia muita coisa, mesmo assim precisava sentir que aquele mistério estava sendo gravado dentro de mim.
E foi assim por 7 meses, longe de qualquer igreja, sem o auxílio dos irmãos, tendo como discipulador apenas o Espírito Santo. Não acho que tenha de ser assim com todo mundo, mas comigo precisava ser deste jeito. Eu queria ter este primeiro contato com Deus à sós,
precisava desta experiência.
E entre tantas maravilhosas descobertas e vivências  com a Palavra, talvez a mais importante tenha sido esta: existe uma plenitude na Palavra de Deus.
Em determinado momento eu me dei conta de que declarações se repetiam, informações se completavam em diferentes livros, e que tudo convergia para um mesmo ponto. E comecei a ver a bíblia como um circulo perfeito, que ia de Gênesis a Apocalipse. Ali estava o Princípio e o Fim de todas as coisas, o Alfa e o ômega. E isso é Jesus.
Ele é o Verbo Encarnado, por Ele todas as coisas foram feitas e sem Ele nada se fez(Joãol:3)
Esta revelação abalou o meu espírito de tal forma, que transformou o meu entendimento das Escrituras. Nunca mais deixaria de considerar cada versículo, cada palavra, cada vírgula ali registrada como sendo da maior importância. Nunca pensaria que um livro do velho testamento tem mais a ver com os judeus do que comigo, só por que nasci no tempo da graça.
 Também não pensaria que as cartas deixadas pelos apóstolos para a Igreja de Cristo podem ser usadas como doutrinas que se colocam acima do próprio evangelho. O próprio Ap. Paulo foi quem disse “se alguém, um anjo de Deus, ou até eu mesmo, vos anunciar outro evangelho, seja anátema.”
A partir desta compreensão, até mesmo o livro do Apocalipse não pode ser visto apenas como um conjunto de profecias que se cumprirão no final dos tempos. Nele, Jesus se identifica como “aquele que era, que é e que há de vir, o Todo Poderoso” Ap. l:8.

Então Ele está dizendo que é atemporal. E que aquilo que pensamos que ainda virá, no mundo espiritual já existe, já é.
Ah! Se todos pudessem ver quanta profundidade há nisso. Se pudéssemos alcançar o tamanho do poder e da autoridade que há na Palavra de Deus, não ousaríamos tratá-la com leviandade, tentando acrescentar à ela o nosso próprio ponto de vista ou distorcendo-a conforme nossos interesses .Certamente nos humilharíamos e  pagaríamos qualquer preço para alcançar esta plenitude, porque ela é o próprio Senhor Jesus
A Palavra é única e indivisível. Nada do que ficou escrito é por acaso, mas o “segredo do Senhor é para os que o temem” Sl. 25:14 e “aquele que busca, acha, o que pede recebe…”
Hoje, o erro mais comum que vejo entre os crentes é uma visão parcial da Palavra, um entendimento fragmentado. Muitos se apegam a versículos isolados e os usam até mesmo para dirigir suas vidas. Não conhecem o contexto, o fundamento, nem tampouco buscam
 a revelação do Espírito Santo. A maioria ainda busca nos pregadores, uma interpretação
confiável. E a recebem sem questionar absolutamente nada, pois não tem elas mesmas, uma vida com Deus. Estão totalmente vulneráveis ao engano.
Igrejas inteiras criam doutrinas estranhas por supervalorizarem este ou aquele aspecto da Palavra. No nosso meio ainda há muitas discussões sobre o que foi abolido depois de Cristo ou o que permanece valendo. A esses digo eu, nenhum princípio fundamental da Bíblia poderia ser abolido, porque se o próprio Jesus é a Palavra, como poderia abolir a si mesmo?Ele estava com Deus desde o Princípio
O que pode ser removido são as coisas abaláveis (costumes, por exemplo) para que o inabalável permaneça. O inabalável é a verdade de Deus, sua vontade, seus propósitos e seu grande amor.
“Ele nos fez também capazes de ser ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do Espírito, pois a letra mata, mas o espírito vivifica.”2 Cor.3:6

Eu poderia encerrar o assunto por aqui, mas sinto que não seria completamente compreendida se não exemplificasse. Então coloco para meditação e análise dois dos pontos mais controvertidos da Palavra, aqueles que costumam suscitar debates e divergências: a guarda do sábado e os dízimos. Tentemos enxergá-los com esta visão plena da Palavra.
O primeiro tem dividido congregações ao ponto de parecer que seguimos evangelhos diferentes (um certo e um errado), com a mesma base bíblica. E por que? Se Jesus,ele mesmo, veio explicar os motivos de Deus para instituir o sábado. Ele disse “O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado.” Mc. 2:27
Por causa do homem?Sim, Deus instituiu o 7º dia como um dia em que o homem deveria descansar de suas obras, meditar, contemplar e alegrar-se, como o próprio Deus fez. Leiam Gen. 2(l,3) Se Ele não tivesse decretado assim, alguém se lembraria de parar um pouco e admirar a criação ou reconhecer suas próprias bênçãos dadas por Deus?Alguém se lembraria de que é um ser espiritual e não deve viver só para a carne?.
O 7º dia também é uma honra que Deus deu ao homem. Isso está explicito em Ez.20:l2
“Também lhe dei os meus sábados para que servissem de sinal entre mim e eles, para que soubessem que eu sou o Senhor que os santifica.”
Mas no judaísmo, no tempo de Jesus, o sábado já havia sido colocado acima do homem, acima até mesmo do próprio Deus. Havia se esvaziado do verdadeiro sentido, virou doutrina de homens.
Em nossa cultura, tradicionalmente já guardamos o 7º dia, como o Dia do Descanso .Isso, porque formalmente, começamos nossas atividades semanais na segunda-feira, que seria o primeiro dia para realizarmos nossas obras. Então não deveríamos ter problemas. Mas temos. Porque aquilo que deveria ser só uma questão de nomenclatura, chamar o dia de sábado ou de domingo, já suscita debates. Isso porque, o nosso 6º dia se chama sábado.
Felizes são os povos de língua inglesa que o chamam de “Saturday”, ao menos não se parece com “shabat”.

O segundo ponto controverso chama-se Dízimos. Também há “pensadores”, movimentos teológicos e até congregações que contestam o dízimo. Normalmente, o argumento desses é que, com a vinda de Jesus isso foi abolido. Andamos na Nova Aliança, ninguém mais adora em Jerusalém porque o Templo desapareceu, o profeta Malaquias falou só para os judeus e vai por aí a fora. Interessante é que estes mesmos que rejeitam Mal 3, assumem totalmente as bênçãos de Abraão que passaram para nós por herança em Cristo Jesus, e adoram invocar Deut. 28 sobre suas vidas- todas estas bênçãos virão sobre ti (Ó Israel)
Eles também aceitam Joel 2( 23 em diante), a parte que fala de restituição é claro e oram  assim “Tua é a prata, teu é o ouro..”.Fica parecendo aquela história de bem-me-quer, mal-me- quer. Esta página sim, esta página não.
O dízimo é um dos princípios imutáveis das Escrituras. Ele começou com Abel, que agradou a Deus com suas primícias. É o reconhecimento de que, de Deus vem todas as coisas, um ato de adoração e reverência, uma declaração de dependência
Antes mesmo que houvesse a Lei, dada ao povo através de Moisés, Abraão dizimou Ainda não havia templo, tabernáculo, nada. Mesmo assim ele foi guiado, pela fé, até o meio do deserto para entregar seu dízimo a um sacerdote desconhecido.(Hebreus 7)
E porque Deus precisava de dízimos se não havia santuário, nem obra para sustentar?Ele não precisava, mas Abraão sim. Ele e o Senhor estavam andando em cumplicidade, havia um relacionamento entre ambos E Abraão precisava de oportunidades para demonstrar sua fé,sua adoração, sua reverência
Aos que ousam colocar Jesus como desculpa para quebrar este princípio, sugiro que leiam  Mateus 23, onde ele exorta os fariseus para que não deixem de dar o dízimo, mas que façam isso com entendimento, sabendo que a essência da lei é a justiça e a misericórdia.
A plenitude gente, caminhemos na plenitude da Palavra de Deus!

“Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados ao redor por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia induzem ao erro.” Ef.4:l4

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