Uma das minhas primeiras experiências na vida cristã foi com a onipresença de Deus.
Sim, eu já sabia que Ele era onisciente, onipotente e onipresente. Mas uma coisa é saber, outra é compreender em profundidade, vivenciar.
Ainda engatinhando na fé eu me encantava com cada palavra que ia descobrindo na Bíblia.
E quando encontrei o diálogo entre Deus e Moisés em Êxodo 3 (l3:l4), fiquei pasmada. Ele, o Deus Todo Poderoso se identificava como EU SOU – mandou dizer ao povo que este era o Seu Nome.
Aquilo me deixou impressionada durante dias. Tentei me colocar na situação de Moisés. Deus havia dado a ele uma tarefa muito difícil. E quando ele procurava uma forma de facilitar este trabalho, um argumento para convencer as pessoas, talvez uma definição melhor deste Deus com quem Ele havia falado, a resposta é EU SOU O QUE SOU. Como assim? Eu também não entenderia isso, minha mente não alcançaria…
Pensei nisso por alguns dias, meu espírito se inquietou, porque eu sabia que havia uma revelação grandiosa nesta palavra, mas eu ainda não fora iluminada. Até que…
Certa madrugada me ajoelhei para orar bem no meio da minha sala. O ambiente estava silencioso e com pouca luz, perfeito para uma boa conversa com o Senhor. Assim que fechei os olhos senti que havia mais alguém na sala, logo atrás de mim. Era uma presença forte mas não era boa, discerni imediatamente que aquilo não era Deus e me atemorizei um pouco. Então ouvi uma voz que dizia “Satanás está aqui!”. Quando me preparava para congelar de medo (pois ainda era criança na fé), em alguma parte do meu ser algo ecoou bem forte EU SOU. Glória a Deus! Eu havia entendido, esta era a diferença! Satanás estava ali e teria de sair. Mas Deus, O Todo Poderoso, Ele não apenas estava, Ele Era, Ele é, Ele enche todas as coisas com a Sua Presença.
O Eu Sou é mais do que podemos explicar ou alcançar, e nós, meros homens mortais, os remidos em Cristo, participamos da glória de carregar conosco a Sua Presença, através da pessoa do Espírito Santo. Isso vos parece pouca coisa?!!!
Através de Jesus Cristo, fomos feitos não apenas filhos, mas morada do Altíssimo, Casa de Deus. Nele, Cristo, todo edifício bem ajustado cresce para templo santo no Senhor. Ef.2 (2l). Pois também está escrito que Deus não habita em templos feitos por mãos humanas (Atos 7:48).
Isso nos faz pensar que, se cada um de nós é uma igreja, deveríamos cuidar melhor desta verdadeira casa de Deus. Porque ainda permitimos mercadores (maus sentimentos, maus pensamentos, inclinações malignas)? Porque não damos liberdade ao Senhor desta casa para que Ele mesmo venha a governá-la? Na maior parte das vezes não O chamamos para ajudar nas decisões e o Espírito da Verdade quase sempre encontra resistências para nos convencer do pecado, do juízo e da justiça.
Ao invés disso preferimos estar na igreja. É claro, é mais confortável, menos doloroso do que Ser a igreja. Entretanto não se iluda, para conhecer o Eu Sou como Moisés conheceu, é preciso estar com Ele, a sós, pessoalmente. No meio do povo você recebe alimento espiritual, oferece sacrifícios de louvor, derrama suas ofertas, e isso é bom.
Mas para receber a plenitude da presença Dele, você precisa ser uma igreja. Precisa ter um altar onde o sacrifício é o seu próprio eu, aquilo que você pensa, a sua vontade. Precisa se esvaziar de si mesmo para ser cheio Dele… “pois aquele que perder a sua vida, acha-la-á.”
Esse não é um trabalho de grupo, não pode ser dividido com os irmãos da congregação. Aqui você terá de subir o monte sozinho (aos lugares espirituais) e procurar ouvir a voz de Deus. E uma vez tendo ouvido, obedecer, comprometer-se.
Hoje, nossas congregações sofrem pelos mais diferentes motivos. Estão mornas, letárgicas, grande parte delas vazias da Glória de Deus. Mas as pessoas estão lá, estão indo à igreja, pena que não têm se esforçado para ser a igreja. Elas não conhecem o grande El-Shaday, nunca falaram com Ele, não andam com Ele e nem se preocupam com isso também. Basta ser visto na igreja.
Para a grande maioria, orar é pedir, pedir e pedir. Ah! Eles também cantam, ofertam, fazem “propósitos” com Deus, sem perguntar a Deus quais são os Seus propósitos e trabalham para Jesus, fazem a obra. E o que será que Jesus quis dizer com “A obra de Deus é esta, que creiam naquele que Ele enviou”?
Estamos perdendo muito. Na verdade, perdemos a melhor parte; como Marta, que deveria apenas sentar aos pés de Jesus e ouvir os seus ensinamentos. Na Sua Presença, não há falta de nada.
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