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Entre a eternidade e este século


Nós vivemos no ano de 2011, num mundo globalizado em que as distâncias são encurtadas pela Internet, e em que os padrões de vida estão se nivelando por todo lado. Assim, por onde quer que você ande, seja de qual nação você for, terá que seguir certos comportamentos para “dar certo” nesse mundo moderno.
Por outro lado, como cristãos, seguimos um Deus eterno e imutável (Salmo 102:25-28), cujas noções de certo e errado são fixas e verdadeiras. Inúmeras vezes, as regras de comportamento seculares – por vezes mesmo as leis desse mundo – entram em conflito com os preceitos do Senhor. Quando isso acontece, você escolhe Deus ou o mundo?
Essa situação ocorreu com Sadraque, Mesaque e Abede-Nego (Daniel 3). Muitas nações do mundo foram postas sob o jugo do império babilônico, o que significava de certa forma uma unificação de cultura: ou você aceita a cultura da babilônia, ou vai ser difícil conseguir qualquer coisa. Isso significava andar como os babilônios, falar sua língua, copiar seu modo de vestir, seus costumes… adorar seus deuses.
Esses três homens já tinham passado por uma prova de sua fidelidade a Deus, recusando os manjares sacrificados aos deuses que o rei oferecia, na época em que faziam testes para ser da corte do rei Nabucodonosor (Daniel 1), e Deus não deixou de honrá-los por isso. Mais tarde, o rei ergueu uma estátua de ouro e ordenou a todos que se prostrassem perante elas. A esse tempo, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego eram pessoas importantes, o que teoricamente faria mais obrigatório para eles seguir à tendência geral. Especialmente porque a pena para quem transgredisse o decreto do rei era a fornalha.
Pois bem, eles não se prostraram: confiavam no Deus que tinham, que protegeria aqueles que se esforçassem pelo que era certo. Não transgrediriam o mandamento de seu Deus, e se tivessem que ir para a fornalha… bem, seja.
Deus livrou-os, e por meio disso, o rei Nabucodonosor ficou conhecendo um pouco sobre o Senhor.

Como isso acontece nos dias de hoje?
Bem, toda vez que somos colocados numa situação que nos obriga a decidir se seguimos a orientação de Deus e parecemos “quadrados”, ou concordamos com o pensamento geral, e entristecemos ao Senhor. Por exemplo, quando todos os seus amigos(as) estão “ficando”, e você sabe que esse tipo de relacionamento sem compromisso não tem nada a ver para uma pessoa cristã. Se você ceder e encontrar alguém para ficar só para não ser zombado, não fará nenhuma diferença, será apenas mais um na multidão dos que fazem coisas contra suas convicções por medo do que os outros falarão. Além do mais, estará negando Jesus, porque você conhece a verdade – Jesus é a Verdade (João 14:6) – mas finge que não. Por outro lado, se enfrentar a opinião dos colegas e disser o que sabe sobre isso, existe a chance de você impressionar alguém com a sua constância, e deixá-lo curioso para conhecer o Deus que te inspira tanta felicidade. Precisamos lembrar que o mundo espera pela manifestação dos filhos de Deus (Romanos 8:19,22), continuando o trabalho de Cristo de desfazer as obras do diabo (1 João 3:8).
"Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens." 
(Mateus 5 : 13)

O exemplo que eu dei pode parecer banal, e talvez alguém pense que aí eu também já estou exagerando. Isso só mostra o quão avançados estamos nessa prática de não resistir ao mundo. Se não resistimos nas pequenas coisas, logo estaremos entregando as grandes também. E há muitas questões que o mundo quer fazer a igreja engolir hoje em dia, verdadeiras abominações como o aborto ou o homossexualismo. Cada passo do príncipe deste mundo (Efésios 2:2) intenta apagar o nome de Deus do nosso meio. Praticamente é proibido dizer que Cristo é o único caminho, que ninguém vem ao Pai senão por Ele – porque isso ofende a liberdade religiosa. Não podemos pregar para os índios, porque isso “sufoca a cultura deles” (mesmo quando se trata de uma cultura infanticida, como a mostrada em uma reportagem de TV há algum tempo). Não se pode falar de Jesus em escolas e nos meios oficiais, de comunicação inclusive – há que se manter uma postura neutra, leiga, científica. A despeito de quantos absurdos a ciência diga.
Eu já ouvi da boca de uma, bem, cristã “cada um tem a sua religião, temos que respeitar”. Mas será que ninguém entende que Cristo não é religião – é Caminho, Verdade, Vida???

O mundo se aproxima do fim, os sinais são inconfundíveis. A ciência se multiplica vertiginosamente (Daniel 12:4), assim como a apostasia (2 Tessalonicenses 2:3),  amor de muitos tem se esfriado e o evangelho está mais perto do que nunca de ser pregado a absolutamente todas as nações (Mateus 24:12-14), por causa das facilidades que temos desenvolvido para comunicação. Cumprindo-se tudo isso, cumprir-se-a também a parte sobre sermos odiados e perseguidos (vers. 9), e manter-nos fieis exigirá cada vez mais força de vontade, cada vez mais presença do Espírito, porque pode ser pior que a fornalha.
Deus ainda é o mesmo, e se ele ajudou Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, também nos ajudará. Ele nos dará coragem para defender nossa fé – a nós cabe a iniciativa, vamos começar a praticar. Vamos desafiar o mundo, porque como cristãos temos uma esperança na eternidade, para a qual Jesus virá nos buscar. E trocaríamos tudo isso por alguns instantes, alguns anos que seja, de conforto neste século?
A iniquidade se multiplica. Não diga “não tenho escolha”; nós sempre temos. Se é Jesus ou o emprego, fique sem o emprego. Se é Jesus ou os amigos… eles não são mesmo teus amigos, não querem o teu bem. Se é Jesus ou a fama, escolha o galardão. Lembre-se de que você é eterno, independente da sua vontade. Não se trata de decidir se você quer viver pra sempre ou não, mas de onde vai passar sua eternidade.

~*Mas aquele que perseverar até o fim será salvo. (Mateus 24:13)*~

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