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O cálice e o batismo


Condições para receber autoridade espiritual

No texto de Marcos 10 (35 – 45) o Senhor Jesus nos mostra o caminho para receber autoridade. Respondendo a Tiago e João, Ele afirma que eles poderiam sim beber o cálice que Ele estava para beber e também serem batizados com o mesmo batismo (isto lhes daria autoridade), mas a posição no Reino dependeria da avaliação do próprio Deus, que era a Autoridade Maior.
Em seguida ele explicou melhor, aos outros discípulos, como alcançar uma boa posição no Reino, diante de Deus.
“… e quem dentre vós quiser ser o primeiro será servo de todos.”
Que diferença enorme há entre a autoridade dos gentios e a da Igreja! Os primeiros governam por posição, mas a segunda governa pelo serviço fundamentado no Espírito.
Exercer autoridade e governar são desejos dos gentios.
Aqueles a quem o Senhor usa são os que conhecem o cálice do Senhor e seu batismo. Esses são os que recebem autoridade. Quanto mais o espírito dos gentios domina uma pessoa, menos Deus pode usá-la.

O que é afinal o cálice do Senhor?


A suprema obediência, este era o cálice. Todo o sofrimento previsto da Cruz foi a Ele revelado como sendo a vontade de Deus. E Jesus aceitou bebê-lo, completando assim sua obra de obediência total a Deus.
Por isso, a pergunta que fez a Tiago e João na verdade foi “Vocês estão prontos a se submeter à vontade de Deus como eu me submeto?”. Esse é o cálice do Senhor.
Para aqueles que são obedientes a Deus só importa agradá-Lo; tudo o mais fica sujeito às mudanças.

E qual é o sentido de “batismo do Senhor”?


“Tenho que passar por um batismo”, disse o Senhor, “e como me angustio até que ele se realize!” (Lucas 12:50). Ele antecipava sua libertação. A plenitude da glória de Deus estava presa em seu corpo físico. A cruz liberaria sua vida.
Logo que a vida de Deus é liberada, ela irradia-se, pois é como um fogo lançado sobre a terra. Causará divisão, em vez de paz. Tudo que é tocado pelo fogo queima. Casas serão divididas; crentes e incrédulos entrarão em conflito; os que têm vida e os que não têm vida lutarão uns com os outros; o que for tocado pelo fogo entrará me conflito com o que não for tocado pelo fogo. Isso se chama batismo do Senhor.
Onde há vida, há luta, não paz. Os que receberam esse batismo estão separados daqueles que não o receberam.
No batismo, o Senhor desfaz a casca pela morte e assim libera vida.
Devemos fazer o mesmo hoje – permitir a morte do “eu”. Devemos quebrantar o homem exterior para que a vida interior possa fluir livremente. Se o grão de trigo que cai sobre a terra não morrer, não pode dar fruto, mas se morrer dá muito fruto.
Jesus então estava perguntando: “Vocês estão prontos a ser batizados do mesmo modo?”
É a grande diferença entre os que pertencem ao Senhor e os que não pertencem; entre os que pagam o preço e os que não pagam; entre os que são fiéis ou não; entre os que aceitam as provações e os que as recusam.

Para ser grande, é preciso ser servo


A autoridade que Deus designa precisa de antecedentes espirituais – deve beber o cálice, isto é, obedecer de maneira absoluta à vontade de Deus, e deve receber o batismo, isto é, aceitar a morte de sua vida no mundo, para que a vida de Deus seja liberada. Também não deve ter nenhuma intenção de exercer autoridade. Ao contrário, deve estar preparado para servir como servo e escravo de todos.
Para aquele que é verdadeiramente humilde e se considera inadequado para qualquer coisa que não seja servir a todos, a esse o Senhor pode tornar grande. No momento em que uma pessoa fica orgulhosa, Deus a deixa de lado.
O Senhor não veio para exercer autoridade; veio para servir. Quanto menos convencida e mais humilde for a pessoa, mais útil será. Quanto mais cheia de importância e preconceitos, menos útil será.
O caminho para nós é a obediência, não a autoridade; é sermos servos, não cabeças; é sermos escravos, não dominadores.
É necessário temor e tremor no exercício da autoridade.

(Estudo feito com base no livro Autoridade Espiritual, de Watchman Nee).

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