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Candelabro - parte V


A doutrina da prosperidade


“Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna...”
João 6:27

Num mundo dominado pela busca de bens materiais, a Igreja de Cristo parece ter descoberto recentemente que Deus é dono da prata e do ouro e que através da nossa aliança com Ele podemos ser supridos.
Tudo estaria bem até aqui, se a partir disso a própria Igreja não tivesse se lançado a perseguir furiosamente este tipo de prosperidade, dando origem a doutrinas estranhas e perigosas.

“Porque o amor ao dinheiro é raiz de todos os males, nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.”
1 Timóteo 6:10

Já existe em cada homem uma tendência a buscar as coisas que são desta terra. E muitos de nós nos chegamos a Cristo não pelo que Ele é, mas por aquilo que Ele pode oferecer.
Se a Igreja estimular essa tendência, ao invés de levar o crente para dentro da perspectiva correta estará simplesmente ajudando a desviá-lo do verdadeiro Evangelho. Pois o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo (Romanos 14:17).
A forma certa de encarar nossas necessidades foi muito bem esclarecida por Jesus em Mateus 6:25 a 34.

“Mas buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça, e todas as coisas vos serão acrescentadas.”
Mateus 6:33

A igreja deve ser divulgadora das riquezas espirituais do Reino de Deus, e ensinar os remidos a ter uma visão nova da vida para que eles não andem mais como os gentios, que vivem em função de satisfazer a carne.

Cada filho deve saber que é herdeiro deste Reino, tem direitos e também deveres para com o Pai: expandir o Reino, conquistar e usar o poder que Deus dá para transformar outras vidas, não viver mais para si próprio, mas permitir que Jesus viva nele. Deve ser orientado a conhecer e executar a vontade de Deus para sua vida, praticar a Palavra e ter verdadeira comunhão com o Espírito Santo.
Este é o caminho para buscar o Reino e sua justiça. Quem andar por ele tem sua provisão garantida, mesmo que o Senhor tenha de ordenar aos corvos que o alimentem, assim como fez com Elias.

“Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para gastardes em vossos prazeres.”
Tiago 4:3

Aqui está outro interessante ponto de discussão. É preciso separar aquilo que é uma necessidade real de cada cristão daquilo que é desejo supérfluo, vaidade ou cobiça. A provisão sempre nos será dada; agora, quanto ao resto, é natural que o Pai queira sondar o coração de cada um, para que haja um refletir sobre as motivações dos nossos corações.
Há desejos legítimos e desejos movidos pelas deformações que precisam ser tratadas. Por exemplo: querer uma casa confortável para abrigar a família é um desejo legítimo, mas querer ter uma mansão só para que todos te vejam como uma pessoa rica já não é a mesma coisa.

Deus quer nos aperfeiçoar em espírito, como cidadãos eternos. É lógico que Ele vai desejar curar nossos complexos, suprir nossa carência e nos levar para uma dimensão muito maior de felicidade do que aquela que a gente encontrava antes, através de prazeres deste mundo.
É necessário realmente caminhar com Jesus, para que Ele esteja transformando a nossa maneira de pensar. Só assim o jugo deste mundo poderá ser tirado dos nossos pescoços, e toda ansiedade e tudo aquilo que nos pesa possa ser substituído pela Paz que há Nele. A sua plenitude não nos deixa ter falta de nada.

“Eu vim para que tenham vida, e tenham em abundância.”
João 10:10

A promessa é maior do que nossos olhos podem alcançar. Essa vida abundante fica praticamente impossível para aquele que se deixa dominar por seus desejos carnais ou se vai atrás da cobiça.

“Ninguém pode servir a dois senhores. Ou há de odiar um e amar o outro, ou se devotará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.”
Mateus 6:24

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