Alguns dias atrás recebi um entendimento acerca de Ezequiel 16, versículos 14 – 21, especialmente.
Infelizmente, essa palavra retrata o estado atual da Igreja (maioria das igrejas) no Brasil. Houve uma grande multiplicação de evangélicos no país, que inicialmente se deveu à presença de Deus e à glória de Deus enchendo as igrejas:
“E correu a tua fama entre as nações, por causa da tua formosura, pois era perfeita, POR CAUSA DA MINHA GLÓRIA, QUE EU TINHA POSTO SOBRE TI, diz o Senhor Jeová”. (Versículo 14)Acontece que a igreja enganou-se quanto à razão por que atraía as pessoas. As pessoas vinham por estarem famintas de Deus. Conforme as igrejas cresceram e embelezaram-se, começaram a acreditar nas suas próprias forças e qualidades, a tomar a presença de Deus como coisa garantida, e a não buscá-la mais de todo o coração. Na medida em que o afastamento da presença de Deus as mergulhava na carnalidade, elas passaram a ter cada vez menos noção, consciência do próprio estado, sentir menos falta da presença de Deus, e estabelecer sistemas que permitiam-nas continuar funcionando independentemente d'Ele.
Isso as tornou cada vez mais fracas, com belas cascas, mas frágeis e ocas, e também ficaram propensas a cair em todo tipo de tentação.
“Mas confiaste na tua formosura, e te corrompeste por causa da tua fama, e prostituías-te a todo o que passava, para seres dele”. (Versículo 15)Foi assim que as igrejas – e, concomitantemente, os crentes – começaram a cair nas tentações da política, do dinheiro, e, posteriormente, até nos pecados sexuais. Junto com essas coisas, vieram as falsas doutrinas, para justificá-las e fazer os crentes permanecerem no erro. O pecado e as falsas doutrinas estabeleceram um pernicioso sistema de retroalimentação, para deixar os cristãos afastados de Deus.
O pior é que o nome de Deus, o poder de Deus e todas as coisas com que Deus tinha primeiramente suprido essas igrejas viraram material para fazer ídolos e abominações e adorá-los.
As vestes de louvor, de santidade e de justiça foram contaminadas e usadas para cobrir com uma aparência de piedade os atos podres dos crentes. As preciosidades de Deus – o conhecimento da sua Palavra e os dons do seu Espírito – serviram de pretexto para adorar homens e até para buscar “na palavra” ou “na profecia” a honra dada a homens indignos. Foram oferecidos a essas pessoas – e aos ídolos que elas representam – unção e adoração, que Deus não destinara a eles. Também a Palavra, o sustento, foi posto à disposição dos ídolos, para que os torcessem e manejassem à sua vontade (Versículos 16 a 19).
Mas o pior que foi feito foi o ápice e resultado inevitável dessas prevaricações:
“Além disso, tomaste a teus filhos e tuas filhas, que por mim geraras, e os sacrificaste a elas, para serem consumidos; acaso é pequena a tua prostituição?
E mataste meus filhos e os entregaste a elas para os fazerem passar pelo fogo.”
(Versículos 20 e 21)
O estado de coisas atual nas igrejas provocou um desvio massivo de pessoas escandalizadas, que hoje estão sem igreja, no Brasil. Algumas conseguem permanecer no caminho, apesar da fraqueza e dificuldade, causada pela falta de suporte e comunhão mais frequente com irmãos. Outros muitos, porém, voltaram ao modo de vida do mundo. Talvez mais preoocupante seja o estado dos que permaneceram nessas igrejas, conformando-se com a ausência de Deus e levadas a pensar que o estado natural de coisas é esse mesmo.
Há ainda as pessoas que chegaram quando as igrejas já estavam nessa fraqueza e nunca se encontraram com Deus nelas. Nunca se arrependeram, nunca nasceram de novo, e ainda assim ouvem todos os dias que estão salvos e não precisam mais se preocupar com isso, tendo liberdade para aproveitar tranquilamente a vida de pecado que nunca chegaram a abandonar.
Todas essas pessoas estão mortas ou expostas ao risco de morte espiritual iminente, imoladas nos altares dos ídolos que as igrejas decidiram servir.
Se todas as prostituições com as coisas que Deus deu já o iravam, com razão, quanto mais o assassinato espiritual de seus filhos, comprados com o alto preço do sangue de Jesus?
É verdade que Deus é poderoso para trazê-los de volta da morte, e que Cristo nunca deixará um dos seus escapar-lhe das mãos em definitivo. Mas para aqueles que empurraram os filhos de Deus para a morte espiritual, tanto igrejas quanto outros crentes, o que será que os aguarda, caso não se arrependam profundamente?
“E qualquer um que escandalizar um destes pequeninos que creem em mim, melhor lhe fora que lhe pusessem ao pescoço uma mó de atafona, e que fosse lançado no mar.” (Marcos 9:42)
“Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, QUE SOIS VÓS, é santo”. (1 Coríntios 3:17)
Então, a mensagem é:
“Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente virei a ti, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres.”
(Apocalipse 2:5)
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